Sombrio, SC História da Cidade

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A faixa de CEP de Sombrio, SC é de 88960000 à 88964999 e o código IBGE do município é 4217709. Quem nasce na cidade é chamado de sombriense e para ligar para Sombrio utilize o DDD 48.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

A origem do nome Sombrio está relacionada ao jeito de descrever essas terras pelos viajantes que aqui passavam, em sua maioria tropeiros, que levavam tropas de gado do Rio Grande do Sul para São Paulo, pelo litoral catarinense.
As belas figueiras que existiam em abundância convidavam os viajantes para um descanso em suas sombras, à beira da lagoa que também leva o mesmo nome da cidade.
“Esta denominação remete aos barcos que, ao trafegar pela lagoa que corta vários municípios e ver as grandes figueiras às margens de Sombrio, paravam para descansar às sombras das figueiras” (TEIXEIRA, 2018, p. 22).
“... os tropeiros ao tangerem o gado pela região, alimentavam suas boiadas junto ao rio antes de se aventurarem na subida da serra, utilizada a sombra das figueiras para repousarem” (HERBER, 2008, p. 5).

Os primeiros habitantes de Sombrio:

“Nossa história está ligada aos primeiros e verdadeiros donos da nossa terra, o povo indígena. O litoral catarinense foi habitado pelos índios, conhecido por homem do sambaqui e guarani, estes últimos conhecidos por carijós, conforme estudos realizados pelo padre Alfredo Rohr (...). Migravam procurando sempre o local onde tivesse água potável, próximo ao mar, com mata atlântica para a caça, e onde pudessem plantar, pois além de respeitar eles amavam a natureza” (FARIAS, 2000, p. 91).
Os primeiros contatos dos índios da região de Sombrio com os brancos de origem europeia deu-se simultâneo a fixação das Capitanias Hereditárias no Brasil. Estes primeiros europeus a passar por Sombrio, no século XVI eram de origem espanhola, pois toda a região ao sul de Laguna pertencia, pelo Tratado de Tordesilhas, de 1494, a Espanha”
Dois séculos depois o Tratado de Tordesilhas é desfeito e as terras ao sul de Laguna passam a ser de domínio português e com a criação do Arraial que hoje é conhecido por Laguna, as terras ao sul catarinense passam a ser desbravadas.
Conforme Farias (2000, p. 36) em 1730 “Concluída a estrada dos Conventos, que unia a foz do rio Araranguá ao Planalto Serrano, por onde transitaram pelos anos seguintes tropas de mulas e gado, que eram conduzidas até São Paulo...”. Nessa época as terras que hoje é Sombrio faziam parte da rota de tropeiros e assim nosso lugar passa a ser conhecido por suas sombras à beira da lagoa e do rio.
Avançando um século em nossa caminhada histórica, Farias (2000, p. 38) destaca que em 1833 acontecem dois fatos importantes, são eles: “A compra da sesmaria Rodrigues, por Manoel e Luciano Rodrigues da Silva marca a ocupação efetiva da área do município de Sombrio por colonizadores brancos, que se estabelecem na região...” e o primeiro povoador a estabelecer moradia em nossa cidade “João José de Guimarães adquiriu através de compra do Governo da Província, as terras onde hoje se situa a sede do município, tendo a propriedade 1.130 metros de frente e 3.000 metros de fundo, a contar do litoral”.
Farias (2000, p. 102) destaca que “A comunidade de Sombrio resultou do povoamento luso-açoriano iniciado na primeira metade do século XIX, e manteve um fluxo constante de novos povoadores ao longo do século XX... descendentes de antigos bandeirantes paulistas que fundaram Laguna e principalmente descendentes de casais açorianos que migraram para Santa Catarina e Rio Grande do Sul entre 1748-1756 e que foram localizados ao longo do litoral, desde Desterro (Florianópolis) até a cidade do Rio Grande”.
Além dos indígenas que foram os primeiros habitantes dos lusos-açorianos que adquiriram terras por aqui, Sombrio também foi o lugar escolhido por outros povos como destaca Farias (2000, p. 121) “... um afluxo constante de ítalo-germânicos e alguns poloneses, que vão se fixando principalmente ao fundo dos vales da região”.

Duas pessoas foram de muita importância para nossa cidade ser o que é hoje, por meio de suas contribuições:

Pode-se dizer que o primeiro foi João José de Guimarães, no século XIX, ao fixar moradia em nossas terras e assim com sua família povoar as terras do Morro Sombrio, juntamente com outros imigrantes que escolheram essa região para viver com suas famílias e cultivar em seu pedacinho de chão. “A colonização se dava a passos lentos e sacrificantes, com os dias da família de João José dedicados completamente a agricultura, pecuária e a fabricação de farinha e cachaça...” (COELHO, 2003, p. 271).
Outra figura importante foi o primeiro vigário paroquial o Padre João Adão Reitz que veio para Sombrio em 1938, ele que projetou e organizou a construção da Igreja Matriz Santo Antônio de Pádua e do Hospital Dom Joaquim. Cunha (2001, p. 129) destaca que “... além de se preocupar com a área da educação, cultura e saúde, envolveu-se com o processo de emancipação do município e com a política de desenvolvimento econômico. Padre João atuou na promoção da criação de indústrias, estabelecimentos bancários, clubes de serviços e construção de estradas para o município”

Primeiros representantes políticos que contribuíram para os primeiros passos do desenvolvimento político de nossa cidade:

Conforme Coelho (2003, p. 274), “Como herdeiro e proprietário de grandes áreas de terra as margens da Lagoa do Sombrio, Luiz Cunha acabou construindo uma forte liderança política na região e representou durante vários anos a localidade de Morro Sombrio no Conselho Municipal de Araranguá, a partir de 1891”.
Conforme Vignale (2011, p. 9), no dia 2 de outubro de 1952, depois que algumas lideranças passarem a cobrar das autoridades pela emancipação da vila de Sombrio, foi lido um telegrama, por Nátalio Vignale e Mário Sant’Helena, no Serviço de Auto-Falantes que dizia o seguinte: “Apraz-me informar Comissão Constituição e Justiça favorável criação município Liriópolis”. Os moradores ficaram agitados já que sempre tinham chamado sua amada vila de Sombrio e assim permaneceu.
No ano seguinte no dia 30 de dezembro de 1953 a Mesa da Assembleia Legislativa de Santa Catarina promulga a Lei nº133 e assim cria o município de Sombrio, desmembrando-se de Araranguá.
O tenente Aminthas Melo foi o primeiro prefeito provisório de Sombrio, em ato realizado dia 2 de abril de 1954. Seu sucessor foi o conhecido político da região sul seu Francisco Lummertz Júnior, que permaneceu na administração da cidade até ser eleito Santelmo Borba que assumiu a gestão do município até 1958. O primeiro presidente da câmara de vereadores foi Fioravante Minatto.

Primeiras famílias sombrienses e suas contribuições no crescimento da cidade:

Conforme Coelho (2003, p. 275) “Os descendentes João José Monteiro de Guimarães se estabeleceram em cinco pontos distintos pelo Morro Sombrio: Primeiro às margens da Lagoa do Sombrio, próximos às Furnas. Em seguida na atual sede do município, próximo ao bairro Rússia e ao longo do antigo traçado da rua João José Monteiro de Guimarães. Depois ás margens do Rio da Laje – em uma localidade que chamaram de Morretinho. O quarto ponto ocupado foi o Morro da Guarita... e por último a localidade de Lagoa de Fora...”
Alguns filhos de Guimarães foram morar nos campos de cima da serra, os que ficaram por aqui, em sua maioria filhas, casaram com descendentes de família cujos sobrenomes são Oliveira, Coelho e Cunha. Outros sobrenomes foram aparecendo em nossa história por causa da imigração das famílias: Colares, Santos, Castro e Fagundes.
As primeiras famílias colonizadoras firmaram toda a economia da cidade na pecuária, produção de farinha de mandioca e cachaça. Conforme Cunha (2001, p. 89), “... transportavam de Sombrio mercadorias como açúcar mascavo, cachaça, farinha de mandioca, fumo de corda etc., e traziam na volta, “cargas apartadas” pelos comerciantes da região tais como tecidos, ferragens, louças, calçados, gêneros alimentícios e outros tipos de mercadorias comercializáveis”
Com o tempo outros produtos foram sendo fabricados ainda de forma artesanal como: tijolos produzidos com barro das encostas de morro, com as palhas do butiazeiro eram feitos chapéus e da pecuária surgiram curtumes e assim calçados simples eram fabricados. “1927- Criada a primeira indústria de Sombrio, de propriedade de Guilherme Tiscoski, junto trabalhava José Tiscoski, produziam tamancos, chinelos e trabalhavam com curtume” (Silva, 2012, p. 79).