Guaramirim, SC História da Cidade

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A faixa de CEP de Guaramirim, SC é de 89270000 à 89274999 e o código IBGE do município é 4206504. Quem nasce na cidade é chamado de guaramirense e para ligar para Guaramirim utilize o DDD 47.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

A colonização de Guaramirim foi uma extensão da colonização dos municípios vizinhos de Jaraguá do Sul e Blumenau, iniciadas, respectivamente, por Emílio Gourdan e pelo Dr. Hermann Blumenau.
Seria difícil precisar quem foram os primeiros habitantes da localidade que hoje é o município de Guaramirim. Certamente foram os indígenas, pois aqui viviam indígenas dos dois grandes grupos linguísticos existentes no Brasil, o Macro-Tupi e o Macro-Jê.
Percorriam longos caminhos a pé, pois mantinham relações com outras tribos, realizavam um comércio rudimentar e travavam guerras, com motivações reais e outras rituais. Estes longos caminhos, os quais os indígenas percorriam, foram largamente aproveitados pelos portugueses e espanhóis quando aqui chegaram. O nome peabiru era dado a todos estes caminhos e vem da língua tupi; pe - caminho e abiru- grama amassada ou chão batido. Mas o que ganhou mais notoriedade acabou ficando conhecido como o único, trata-se do Caminho do Peabiru que ligava a Capitania de São Vicente (litoral do Estado de São Paulo) à cidade de Cuzco (no Peru).
Além desse caminho principal, o Peabiru possuía uma infinidade de ramais, o que fazia do Peabiru um caminho que ligava o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. Uma destas ramificações passava pelo norte de Santa Catarina, mais especificamente por onde hoje é Guaramirim. É impossível apontar o caminho exato por onde estes indígenas, e depois espanhóis e portugueses passavam, pois estas rotas foram sendo pouco utilizadas com o passar do tempo.
Certo é que muitos passaram por Guaramirim até que se consolidasse a imigração europeia. Deduz-se que já na metade do século XIX havia moradores na região, pois consta que havia nessa localidade uma capelinha católica com o nome de Bananal e que era frequentemente visitada pelos padres de São Francisco do Sul. Ainda antes do estabelecimento colonial definitivo o engenheiro Emilio Carlos Jourdan atravessou parte de Guaramirim até alcançar Joinville.
Wilhelm Lange foi o responsável pela compra das terras onde foi instalada a colônia, bem como pelo sorteio dos lotes entre os colonos. Preocupou-se desde o começo em preservar a história da comunidade, não só pelo seu trato com as letras como pelo projeto de comunidade fraternal que possuía e que o guiou até estas terras.
À oeste uma outra parte do território que viria a ser Guaramirim se desenvolvia. Gustavo Doubrawa, com outros imigrantes davam início à região-localidade de Itapocuzinho 1 (hoje Bairro Imigrantes).
Durante o governo Hermes da Fonseca é criado, em 1913, o Núcleo Colonial Barão do Rio Branco (em homenagem ao famoso diplomata, falecido um ano antes). Para a instalação do núcleo colonial foram realizados levantamentos topográficos e a área de quase 40 mil metros quadrados, foi dividida em 198 lotes rurais, espalhados por seis seções: Estrada Geral, Ponta Comprida Norte, Ponta Comprida Sul, Vicinal Rio Branco (Novo Tibagi), Jacu Açu e Palmital.
Dentre os primeiros habitantes estão imigrantes da família Radatz, alemães e Graudin, leto-russos, logo após vieram outros imigrantes, estrangeiros e nacionais. A partir de 1914 houve também um fluxo de migração vindo do Oeste, dado o final da Guerra do Contestado. Vieram aproximadamente 100 pessoas daquela zona de conflito e que haviam lutado ao lado do exército do Monge João Maria, já bastante convalescidos ao chegar, morreram muitos deles.
Uma das figuras exponenciais do Núcleo Colonial Barão do Rio Branco é Cantalício Érico Flores. Era farmacêutico, professor, subdelegado, administrador e chefe do Núcleo. De religião presbiteriana, Cantalício era uma das pessoas mais instruídas da região, tendo, por isso, exercido tamanha variedade e quantidade de cargos públicos. Foi ativo politicamente até sua morte em 1970. Um retrato vivo do Núcleo Colonial no começo do século XX encontra-se no livro "Memórias de um menino pobre" de Norberto Silveira Júnior.