Lagoa Vermelha, RS História da Cidade

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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LAGOA VERMELHA RIO GRANDE DO SUL Monografia - nº 609 Ano: 1976
ASPECTOS HISTÓRICOS JESUÍTAS espanhóis, em missão de catequese, foram os primeiros civilizados a penetrar em terras habitadas pelo “coroados” e dos quais até hoje existem descendentes, agrupados nos toldos de Cacique doble ligeiro, Nonoai, Inhacorá, Carreteiro e Água Santa.
Por volta de 1740, fixaram-se os primeiros povoados, mas só quatorze anos depois, começaram a receber os títulos de posse das terras. Combates indígenas, entretanto, fizeram-se emigrar para Santa Catarina.
Entre 1840 e 1847, José Ferreira Bueno, oficial da Guarda Nacional e proprietário de fazenda localizada em terras da atual Cidade de Lagoa vermelha, aí passou a residir com sua família, tornou-se
o fundador do povoado, no qual construiu humilde capela dedicada ao Apóstolo São Paulo e inaugurada em 25 de janeiro de 1845. Ao redor dela, formou-se um núcleo populacional que progrediu rapidamente, com numerosas famílias procedentes de São Paulo, Colônia Caseiros, Vila Lapa e de Castro e de outras localidades.
Lagoa Vermelha foi teatro de lutas sangrentas por ocasião da Revolução Federalista de 1893, movimento político que deu lugar a violenta queria civil.
Foi a pecuária extensiva o primeiro esteio econômico do Município. Nos campos abertos o gado, desconhecido fronteiras, pastava livremente, enquanto os colonizadores, fixando moradias, marcavam as reses que criavam xx ou aprisionavam. Só mais tarde, no começo do século, com o incremento das propriedades rurais, teve início a delimitação, mediante valos, taipas de pedra e,.por fim, cercas de alambrado.
Mas o Município não era apenas campanha. Terras fertilíssimas, madeira de lei e pinheiro atraíram os imigrantes e, das velhas colinas italianas, muitos deles vieram cultivar as terras ou iniciar a indústria da madeira que, dentro em pouco, fez de Lagoa Vermelha a Capital do Pinheiro.
Dentre os italianos, o primeiro a chegar foi Francisco Gentil. Mais tarde, ingleses, árabes, alemães, poloneses, franceses, espanhóis e outros vieram contribuir para o desenvolvimento do Município.
O movimento revolucionário de 1923 trouxe intensa movimentação de tropas.
Quanto ao topônimo, data dos tempos da colonização do Estado e foi dado pelos tropeiros que cruzavam a pequena lagoa de águas avermelhadas, ainda hoje existem às margens da rodovia federal BR-285.
Formação Administrativa AO TEMPO de sua fundação, São Paulo da Lagoa Vermelha pertencia ao Município de Santo Antônio da Patrulha, do qual foi desmembrado, em 22 de outubro de 1850 para a formação do então recém­criado Município de Vacaria.
A Lei provincial n.° 358, de 17 de fevereiro de 1857, criou o distrito de Lagoa Vermelha que, em 26 de outubro do mesmo ano, voltou a integrar o Município de Santo Antônio da Patrulha, conseqüência das extinção do de Vacaria.
Foi criado o Município de Lagoa Vermelha, em cumprimento à Lei provincial n.° 1.018, de 12 de abril de 1876. Sua instalação, na presença de 7 edis, ocorreu a 18 de janeiro do ano seguinte. Entretanto, Câmara e intendência não chegaram a iniciar seus trabalhos, devido à acirrada oposição movida pelos políticos de Vacaria, que não admitiam submeter-se a Lagoa Vermelha. No dia 1.° de abril de 1878, foi restaurado o Município de Vacaria e extinto o de Lagoa Vermelha, que voltou a pertencer àquele.
A 10 de maio de 1881, por força da Lei provincial n° 1.309, Lagoa Vermelha emancipou-se definitiva, desmembrando - se de Vacaria.
Em 26 de janeiro de 1883, teve lugar festiva instalação, sendo o primeiro governo exercido por uma Câmara de vereadores
Na Divisão Administrativa de 1911, Lagoa Vermelha figurou com 4 distritos: sede, Barracão (criado por Lei provincial n.° 1.646, de 4-1-1888 e Ato municipal n.° 19, de 16-11-1898), Fazenda do Prata (17, de 16-11-1898) e Sananduva (42, de 9-11-1907).
No Quadro do Recenseamento Geral de 1920, apareceram os distritos acima citados (exceto o de Fazenda do Prata) acrescidos dos de André da Rocha (criado pelo ato municipal nº 16, de 8 11 1904) Cacique Doble (310 de 10-1-1916), Protásio Alves (478, de 18-5-1917), Colônia Caseros (718, de 31-10­1919), Clemente Argolo (31, de 29-4-1914) e Colônia Forquilha, do qual não consta o ato de criação e que, aliás, só figurou nesse Quadro.
Na Divisão Administrativa de 1933, 11 distritos: os relacionados no Quadro supra (exceto Barracão, Protásio Alves e Colônia Forquilha) e os de Heleodoro Branco (criado pela Lei provincial n.° 1.646, de 4-1-1888 e Ato municipal n.° 19, de 16-11-1898) Paim Filho (544, de 6-2-1918), Machadinho (154, de 24-8-1926), Maximiliano de Almeida (226 de 1-4-1927) e São José do Carreiro (227, de 9-11-1927) .
Doze eram os distritos nas Divisões Territoriais datadas de 1936 e 1937 todos constantes na Divisão de 1933, apenas com duas modificações toponímicas (Machadinho, que aparece como Pinhal Machadinho e São José do Carreiro, simplesmente São José) mais o de Valzumiro Dutra, sem que conste ato de sua criação. Anexo ao Decreto-lei n.° 7.199 de 31-3-1938, Colônia Caseros aparece como Caseros e Pinhal Machadinho volta ao topônimo anterior Machadinho.
A situação se conservou na Divisão Territorial Judiciária-Administrativa (fixada pelo Decreto-lei estadual n.° 7.643) para vigorar no qüinqüênio 1939-1943. O Decreto-lei estadual n.° 7.842, de 30-6-39, que retificou a citada Divisão, apenas modificou a grafia de Caseros para Caseiros. Quanto ao Decreto­lei estadual n.° 720 de 29-12-1944 (que estabeleceu a Divisão Territorial para vigorar no período 1945­1948), modificou o topônimo de São José para Ibiraiaras e registrou 11 distritos, de vez que Maximiliano de Almeida passou a figurar no Município de Marcelino Ramos.
Na Divisão Territorial datada de 1.°-7-1950, há 13 distritos: os 11 citados (apenas Valzumiro Dutra passou a denominar-se São José do Ouro acrescido dos de Ibiaçá (criado pela Lei municipal n.° 59, de 5-5-1948, com território desmembrado do distrito de Sananduva) e São José da Urtiga (Lei municipal n.° 79, de 5-11-1948, com território desmembrado do de Paim Filho) .
A Lei n.º 2.521, de 15-12-1954 (que criou o Município de Sananduva), desmembrou os distritos de Sananduva, Ibiacá e São José da Urtiga, que passaram a integrar o recém-criado Município. Dessa forma, na Divisão Territorial datada de 1.º-7-1955, registraram-se 10 distritos: Lagoa Vermelha, Barracão, André, da Rocha, Cacique Doble, Caseiros, Clemente Argolo, Paim Filho, Machadinho, Ibirairas (antigo Hibiraiaras), e São José do Ouro.
Em 16-8-1955, de acordo com a Lei municipal n.º 522, foi criado o distrito de Gustavo Berthier, com território desmembrado do de Clemente Argolo.
Para a criação do Município de Machadinho, foram desanexados os distritos de Machadinho, Cacique Doble e Paim Filho, em cumprimento à Lei 3.716, de 16-2-1959. Por sua vez, a Lei nº 3.822, de 10-9-1959 elevou São José do Ouro à categoria de Município, desmembrando também o distrito de Gustavo Berthier e incorporando-o ao novo Município. Seis, portanto, foram os distritos que figuraram na Divisão Territorial datada de 1960: Lagoa Vermelha Barracão, André da Rocha, Caseiros, Clemente Argolo e Ibiraiaras. Desses distritos, dois foram elevados a municípios: Barracão, pela Lei n.° 4.732, de 30-5-1964 e Ibiraiaras, pela de n.° 4.976, de 9-7-1965.
Em compensação criaram-se novos distritos: Chimarrão (Lei municipal n.º 1.746, de 12-8-1965), Tupinambá (n.° 1.747, de 12-8-1965) e Santa Luzia (n.° 1.923, de 13-3-1967), resultando 7 distritos para a composição: Lagoa Vermelha (sede), André da Rocha, Caseiros, Clemente Argolo, Chimarrão, Tupinambá e Santa Luzia. A COMARCA foi criada pelo Ato n.° 249, de 12 de junho de 1890.
Atualmente, é de 2ª entrância e sua jurisdição abrange os Municípios de Lagoa Vermelha e Ibiraiaras.