Mangaratiba, RJ História da Cidade
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A faixa de CEP de Mangaratiba, RJ é de 23860000 à 23889999 e o código IBGE do município é 3302601. Quem nasce na cidade é chamado de mangaratibano e para ligar para Mangaratiba utilize o DDD 21.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
A ocupação humana nas terras do território que hoje se denominam como Mangaratiba deu-se em época anterior à Era Cristã. Essa ocupação ficou marcarda pela presença de diversos sítios de sambaqui presentes em vários pontos do litoral mangaratibense. Outra ocupação registrada nesse litoral, antes da chegada dos portugueses, foi do povo tupinambá que vivia na região litorânea de Ubatuba a Cabo Frio, dividido em várias aldeias. Esse povo, primeiramente, sob o comando do cacique Cunhambebe e, após sua morte, sob o comando de Aimbirã, conseguiram formar uma grande aliança com as tribos inimigas dos portugueses, contando com o apoio dos franceses, a partir de 1555, contra a invasão de suas terras e a escravidão de seu povo.
Essa aliança ficou denominada como Confederação dos Tamoios. Após muitas lutas por terra e por mar, sem dar tréguas aos colonizadores, a confederação foi derrotada e os tupinambás exterminados. Logo após a derrota da Confederação dos Tamoios em 1567, teve início o processo de colonização em Mangaratiba com doações de terras à poderosa família Sá. Sendo a primeira sesmaria doada em 1568, (um ano após a derrota dos tamoios) à Vitória de Sá e Bartolomeu Antunes Lobo. Ainda no final do século XVI, Salvador Correia de Sá (o velho) construiu um grande engenho nas terras denominadas como Itacuruçá. Segundo o historiador Vieira de Mello, esse estabelecimento pode ser considerado como o quinto engenho da capitania do Rio de Janeiro. Porém, o processo de colonização nessa região (banhada pelas baías de Ilha Grande e de Sepetiba) não foi fácil, pois a localização geográfica facilitava os ataques piratas às embarcações que vinham das minas de prata e ouro de Potosi, durante os séculos XVI e XVII, como também, às embarcações ouro mineiro, no século XVIII. Isso tudo, sem contar com ataques dos remanescentes tamoios que sobreviveram à derrota da confederação e viviam incendiando plantações e apavorando os colonos.
Sendo assim, a efetiva colonização de Mangaratiba começou quando Martim de Sá (administrador do Engenho de Itacuruçá e governador da Capitania Real do Rio Janeiro) estabeleceu, no início do século XVII, dois aldeamentos na região para garantir a posse da terra contra a pirataria e os possíveis ataques dos remanescentes tamoios:
- Um aldeamento carijó denominado como Aldeia de São Francisco Xavier e/ou Aldeia de Itinga que ficou sob a tutela dos padres jesuítas de Santa Cruz. Essa aldeia foi primeiramente estabelecida na Ilha de Itacuruçá, e transferida para Itaguaí em 1729.
- Um aldeamento tupiniquim, sob a administração do próprio Martim de Sá, que foi primeiramente estabelecido na Marambaia formando naquela praia, um arraial sob a tutela de São Brás. Ainda no primeiro meado do século XVII, essa aldeia foi definitivamente transferida para o centro de Mangaratiba. Na nova localidade, foi erguida uma capela sob a tutela de Nossa Senhora da Guia. Como essa aldeia não tinha assistência religiosa, entre os anos de 1688 e 1729, sua capela ficou agregada à capela da Aldeia de Itinga. Nesse período, Mangaratiba assim como de toda a área que atualmente se denomina como Costa Verde, tinha como principal função produzir açúcar e alimentos destinados ao abastecimento da capitania de São Vicente, capitania da qual era pertencente. Mesmo fazendo parte da recém-criada Capitania Real do Rio de Janeiro, essa região continuou pagando dízimos de sua produção para sua capitania primordial, até o final do século XVIII.
Em 1764, a capela de Nossa Senhora da Guia de Mangaratiba se transformava em uma freguesia (paróquia), com aldeia recebendo o 1. vigário dos índios Chagas Susano. Esse pároco era um dos donos da grande Fazenda do Sahy, fazenda essa onde, segundo a história oral, funcionava um sistema de desembarque e venda de escravos. A freguesia criada em 1764 possuía atuação apenas dentro da área de limite do aldeamento. Entre os anos 1785 e de 1795, contando com a força da mão de obra dos aldeados, a igreja foi ampliada. Na data da inauguração da grande obra, em 1802, a freguesia de Nossa Senhora da Guia foi ampliada compreendendo o território de Itacurubitiba até o Itinguçu, incluindo as ilhas adjacentes.
Com essa ampliação, a Freguesia de Mangaratiba começou a passar por um processo rápido de desenvolvimento já que o aldeamento tupiniquim, até as primeiras décadas do século XIX, sobreviveu com casinhas construídas por pau a pique e sapé no entorno da belíssima igreja, rodeada com pequenos roçados de mandioca, milho, feijão, arroz e demais verduras e leguminosas para consumo da própria aldeia. Enquanto o maior desenvolvimento do território que compreendiam a antiga freguesia estava localizado nas terras de Itacuruçá, do Sahy, da Ingaíba, de Itacurubitiba etc. Nessas localidades, além das plantações de feijão, também produziam café (em pequenas quantidades), açúcar e aguardente. Esta última, para atender ao comércio de escravos no Atlântico.
Nesse período, um dos principais rendimentos dos aldeados era o aforamento (arrendamento) de suas terras. Vários conflitos foram registrados na aldeia, gerados pela tendência dos foreiros em aumentar a área que lhes cabia. Os índios também lutavam contra as construções de casas com pedra e cal.
No final do século XVIII e início do século XIX, a lavoura de café começava a se expandir por toda região de serra acima com destaque para produção de São João Marcos e de Resende. Com desenvolvimento da economia cafeeira em São João Marcos, Piraí, Barra Mansa e demais localidades da região do Médio-Paraíba, Mangaratiba, assim como outros portos angrenses, ganhou um crescente movimento portuário, disputando com os portos de Itaguaí.
Em 1818, com a emancipação de Itaguaí que anexou seu território a Mangaratiba. Nesta época Joaquim José de Souza Breves, construiu um trapiche no centro de Mangaratiba para escoar sua produção de café. Por volta de 1830, ele estabeleceu outros armazéns na região juntamente com outros produtores fato que contribuiu para o desenvolvimento da região. Além do comércio de escravizados.
Porém, o período áureo da economia mangaratibense durou pouco. Sua decadência aconteceu pela conjugação de três fatores (pedágio), a partir de 1857, no mesmo ano da inauguração da estrada Real, para cobrir o alto custo de sua construção; a chegada do trem à Barra do Piraí, em 1864, desviando a rota de escoamento do café e o evento da Abolição da Escravidão, em 1888, que desestruturou todo sistema produtivo da região.
Essa aliança ficou denominada como Confederação dos Tamoios. Após muitas lutas por terra e por mar, sem dar tréguas aos colonizadores, a confederação foi derrotada e os tupinambás exterminados. Logo após a derrota da Confederação dos Tamoios em 1567, teve início o processo de colonização em Mangaratiba com doações de terras à poderosa família Sá. Sendo a primeira sesmaria doada em 1568, (um ano após a derrota dos tamoios) à Vitória de Sá e Bartolomeu Antunes Lobo. Ainda no final do século XVI, Salvador Correia de Sá (o velho) construiu um grande engenho nas terras denominadas como Itacuruçá. Segundo o historiador Vieira de Mello, esse estabelecimento pode ser considerado como o quinto engenho da capitania do Rio de Janeiro. Porém, o processo de colonização nessa região (banhada pelas baías de Ilha Grande e de Sepetiba) não foi fácil, pois a localização geográfica facilitava os ataques piratas às embarcações que vinham das minas de prata e ouro de Potosi, durante os séculos XVI e XVII, como também, às embarcações ouro mineiro, no século XVIII. Isso tudo, sem contar com ataques dos remanescentes tamoios que sobreviveram à derrota da confederação e viviam incendiando plantações e apavorando os colonos.
Sendo assim, a efetiva colonização de Mangaratiba começou quando Martim de Sá (administrador do Engenho de Itacuruçá e governador da Capitania Real do Rio Janeiro) estabeleceu, no início do século XVII, dois aldeamentos na região para garantir a posse da terra contra a pirataria e os possíveis ataques dos remanescentes tamoios:
- Um aldeamento carijó denominado como Aldeia de São Francisco Xavier e/ou Aldeia de Itinga que ficou sob a tutela dos padres jesuítas de Santa Cruz. Essa aldeia foi primeiramente estabelecida na Ilha de Itacuruçá, e transferida para Itaguaí em 1729.
- Um aldeamento tupiniquim, sob a administração do próprio Martim de Sá, que foi primeiramente estabelecido na Marambaia formando naquela praia, um arraial sob a tutela de São Brás. Ainda no primeiro meado do século XVII, essa aldeia foi definitivamente transferida para o centro de Mangaratiba. Na nova localidade, foi erguida uma capela sob a tutela de Nossa Senhora da Guia. Como essa aldeia não tinha assistência religiosa, entre os anos de 1688 e 1729, sua capela ficou agregada à capela da Aldeia de Itinga. Nesse período, Mangaratiba assim como de toda a área que atualmente se denomina como Costa Verde, tinha como principal função produzir açúcar e alimentos destinados ao abastecimento da capitania de São Vicente, capitania da qual era pertencente. Mesmo fazendo parte da recém-criada Capitania Real do Rio de Janeiro, essa região continuou pagando dízimos de sua produção para sua capitania primordial, até o final do século XVIII.
Em 1764, a capela de Nossa Senhora da Guia de Mangaratiba se transformava em uma freguesia (paróquia), com aldeia recebendo o 1. vigário dos índios Chagas Susano. Esse pároco era um dos donos da grande Fazenda do Sahy, fazenda essa onde, segundo a história oral, funcionava um sistema de desembarque e venda de escravos. A freguesia criada em 1764 possuía atuação apenas dentro da área de limite do aldeamento. Entre os anos 1785 e de 1795, contando com a força da mão de obra dos aldeados, a igreja foi ampliada. Na data da inauguração da grande obra, em 1802, a freguesia de Nossa Senhora da Guia foi ampliada compreendendo o território de Itacurubitiba até o Itinguçu, incluindo as ilhas adjacentes.
Com essa ampliação, a Freguesia de Mangaratiba começou a passar por um processo rápido de desenvolvimento já que o aldeamento tupiniquim, até as primeiras décadas do século XIX, sobreviveu com casinhas construídas por pau a pique e sapé no entorno da belíssima igreja, rodeada com pequenos roçados de mandioca, milho, feijão, arroz e demais verduras e leguminosas para consumo da própria aldeia. Enquanto o maior desenvolvimento do território que compreendiam a antiga freguesia estava localizado nas terras de Itacuruçá, do Sahy, da Ingaíba, de Itacurubitiba etc. Nessas localidades, além das plantações de feijão, também produziam café (em pequenas quantidades), açúcar e aguardente. Esta última, para atender ao comércio de escravos no Atlântico.
Nesse período, um dos principais rendimentos dos aldeados era o aforamento (arrendamento) de suas terras. Vários conflitos foram registrados na aldeia, gerados pela tendência dos foreiros em aumentar a área que lhes cabia. Os índios também lutavam contra as construções de casas com pedra e cal.
No final do século XVIII e início do século XIX, a lavoura de café começava a se expandir por toda região de serra acima com destaque para produção de São João Marcos e de Resende. Com desenvolvimento da economia cafeeira em São João Marcos, Piraí, Barra Mansa e demais localidades da região do Médio-Paraíba, Mangaratiba, assim como outros portos angrenses, ganhou um crescente movimento portuário, disputando com os portos de Itaguaí.
Em 1818, com a emancipação de Itaguaí que anexou seu território a Mangaratiba. Nesta época Joaquim José de Souza Breves, construiu um trapiche no centro de Mangaratiba para escoar sua produção de café. Por volta de 1830, ele estabeleceu outros armazéns na região juntamente com outros produtores fato que contribuiu para o desenvolvimento da região. Além do comércio de escravizados.
Porém, o período áureo da economia mangaratibense durou pouco. Sua decadência aconteceu pela conjugação de três fatores (pedágio), a partir de 1857, no mesmo ano da inauguração da estrada Real, para cobrir o alto custo de sua construção; a chegada do trem à Barra do Piraí, em 1864, desviando a rota de escoamento do café e o evento da Abolição da Escravidão, em 1888, que desestruturou todo sistema produtivo da região.